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domingo, 17 de março de 2013

1871: Fim do grande incêndio de Chicago

No dia 10 de outubro de 1871, a chuva extinguiu o incêndio iniciado dois dias antes e que destruiu Chicago. Na época, ela já era a quarta maior cidade dos Estados Unidos.
Centro da cidade de Chicago
Na manhã do dia 10 de outubro de 1871, quando nuvens espessas despejaram chuva intensa sobre Chicago, as gotas d'água chiavam e evaporavam sobre as ruínas incandescentes da metrópole norte-americana.
Durante dois dias, um mar de chamas assolara a cidade que, já naquela época, era a quarta maior dos Estados Unidos. O corpo de bombeiros havia capitulado: Chicago estava em chamas desde 21h do dia 8 de outubro e, já a partir das 22h30, o corpo de bombeiros tivera que admitir que o fogo estava fora de controle.
Os bombeiros só puderam proteger outras partes da cidade contra as chamas e ficar esperando por uma chuva que finalmente apagasse o incêndio.
Causas desconhecidas 
Até hoje não se sabe como tudo começou. A versão mais conhecida é a que joga a culpa da catástrofe numa vaca. O incêndio teria começado no estábulo pertencente a uma fazendeira de origem irlandesa, Catherine O'Leary, na rua De Koven, região oeste de Chicago.
Na noite de 8 de outubro, a fazendeira teria ordenhado a vaca. Alguns amigos estavam festejando na sua casa e depois de muitas doses de uísque, quiseram beber um pouco de leite fresco.
Quando Catherine O'Leary levou o leite para dentro de casa, a vaca teria derrubado um lampião a querosene no estábulo e, assim, desencadeado o incêndio, que só seria apagado pela chuva cerca de 34 horas depois, destruindo Chicago quase inteiramente.
Consequências desastrosas
O grande incêndio de Chicago deixou um saldo terrível: 300 mortos, 100 mil desabrigados, 200 milhões de dólares de prejuízo e uma área destruída de quase oito quilômetros de comprimento por um quilômetro de largura.
O fogo no estábulo da rua De Koven passara imediatamente para o prédio seguinte, as faíscas incendiaram telhados e uma hora depois estava em chamas praticamente toda a região oeste da cidade.
Há três meses quase não chovia no estado de Illinois. Quatro semanas antes da catástrofe, o jornal Chicago Tribune já advertira para o perigo: "Após três semanas de seca absoluta, basta uma faísca para que a cidade seja queimada de um canto ao outro".
As faíscas já tinham ocorrido antes do dia 8 de outubro. Foram registrados inúmeros pequenos incêndios na cidade. No dia anterior, os bombeiros tinham combatido com êxito um incêndio de grandes proporções em quatro blocos. E estavam esgotados.
Quando veio a notícia do fogo na rua De Koven, só um pequeno contingente pôde ser enviado para lá. Foi insuficiente o número de bombeiros em ação, conforme ficou constatado à meia-noite, quando o fogo atravessou o rio Chicago e começou a avançar em direção ao centro da cidade. As chamas consumiam um prédio após outro. No final, foram cerca de 17.500 casas.
O depósito de gás de South Side explodiu, a sede do Chicago Tribune – considerada como não inflamável – foi devorada pelo fogo, da mesma forma como o luxuoso centro comercial de Marshall Field. O que restou foram cinzas e ruínas.
Fênix renascida 
Somente dois dias depois do fim da catástrofe é que a população pôde fazer um primeiro balanço dos prejuízos: antes disso, estavam muito quentes os restos da cidade, que era chamada de "rainha do oeste" antes do incêndio.
Mas, já na semana que sucedeu ao incêndio, voltou a espalhar-se aquele inabalável otimismo norte-americano, que ainda hoje é uma das características do país.
Na época, John Stephan Wright escreveu: "Em cinco anos, Chicago terá mais habitantes, mais dinheiro e mais negócios do que teria sem o fogo".
Ele tinha razão. Menos de um ano depois do incêndio, estava pronta a nova Chicago. Foram enviados donativos de todo o mundo para a cidade às margens do lago Michigan, dando um novo significado à lenda da fênix que renasce das cinzas.

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