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domingo, 20 de maio de 2012

O ROSTO DE MARTE





Em 25 de julho de 1976, a sonda espacial Viking I tirou uma fotografia da superfície de Marte mostrando o que parecia ser uma gigantesca face humana esculpida em pedra na região de Cydonia. Gerry Soffen, na época o cientista-chefe da missão Viking, classificou a imagem como uma ilusão causada por um jogo de luz e sombra, mas a imprensa não lhe deu muita atenção. A imagem do rosto de Marte ganhou o mundo, tornou-se um ícone pop e, durante os vinte anos seguintes, passou a alimentar as mais bizarras teorias e especulações.
A hipótese mais popular entre os ufólogos é a de que o rosto de Marte seria a prova de que o planeta vermelho tem ou teve no passado uma civilização avançada, criada por seres semelhantes a nós. O principal proponente dessa ideia é o americano Richard C. Hoagland, que foi curador de astronomia e ciência espacial do Museu da Ciência de Springfield e é autor de vários livros sobre o assunto. Hoagland acredita que os supostos marcianos teriam chegado a colonizar a Lua, bem como alguns satélites de Júpiter e Saturno, e que a NASA e o governo americano conspiram para manter esse fato escondido do público.
A partir desse template básico, surgiram dezenas de variações da hipótese. Há quem acredite, por exemplo, que nós somos descendentes dos marcianos que construíram o rosto de Cydonia, os quais teriam colonizado a Terra e migrado para cá quando Marte se tornou inabitável. Outros sugerem o contrário, que a Terra teve uma civilização avançada no passado, que foi destruída por uma catástrofe, e que essa catástrofe teria provocado um êxodo dos sobreviventes em direção a Marte. Alguns grupos religiosos chegaram mesmo a dizer que o rosto de Marte era ninguém menos do que Jesus Cristo, e que o monumento teria sido colocado lá por Deus em pessoa como um sinal para nós.
Infelizmente para os que acreditam nessas especulações, porém, tudo indica que Gerry Soffen estava certo e que o célebre rosto de Marte não passa de um jogo de luz e sombras. Novas fotos tiradas no início do século XXI por várias missões não-tripuladas americanas e européias mostram a região de Cydonia por um ângulo diferente e com uma resolução muito superior à das imagens da Viking I. E nessas fotos não se vê nem sinal de um rosto esculpido na pedra.
Claro que os adeptos de teorias conspiratórias não se deixam convencer com tanta facilidade. Eles alegam que as imagens mais recentes são falsas, criadas por computação gráfica como parte de uma conspiração para ocultar os fatos, e continuam firmes em sua crença inabalável na existência de uma grande civilização marciana capaz de esculpir gigantescos rostos em pedra.
A verdade, como sempre, está lá fora. Mais exatamente, na planície de Cydonia, em Marte.
Links:
  • Página do site da NASA sobre a missão Viking: http://nssdc.gsfc.nasa.gov/planetary/viking.html
  • Foto em alta resolução da região onde estaria o “rosto de Marte”, mostrando que é só uma montanha: http://apod.nasa.gov/apod/ap060925.html
  • Comparação entre imagens antigas e modernas do “rosto de Marte”: http://www.geoinf.fu-berlin.de/eng/projects/mars/hrsc300-Cydonia.php
  • Site oficial de Richard C. Hoagland, o principal defensor do “rosto de Marte”: http://www.enterprisemission.com/

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