A PÁSCOA
Origem e significado do termo
A Páscoa (do hebraico פסח -Pessach, significando passagem, e do
grego pasca - Πάσχα). Teve origem no Egito quando antes da execução da décima e
última praga de Javé contra os egípcios, Ele ordenou aos filhos de Israel, seu
povo, que matassem um cordeiro e aplicasse o sangue desse nas ombreiras e nas
vergas das portas, para que o anjo vingador passasse sobre a casa que tivesse o
sinal do sangue e não matasse o filho primogênito daquela casa. Chegada à
noite, os hebreus comeram a carne do cordeiro, acompanhada de pão ázimo e ervas
amargas e, a meia noite, veio o vingador e ceifou os primogênitos do Egito. Depois
desse evento os israelitas foram instados a deixar, rapidamente a terra de sua
servidão. A partir de então, isso se tornaria uma festa a ser repetida
anualmente - A Festa da Páscoa (Êxodo 12).
A celebração Judaica
Atualmente o ritual da páscoa judaica difere daquela dos tempos bíblicos, embora o sentido continue. Essa diferença ocorre porque hoje os judeus não têm mais o tabernáculo ou templo, onde a festa era celebrada, lá cordeiros eram mortos, parte deles queimada e outra comida junto com ervas amargas e pão sem fermento (Nm 28: 16, 17); o sacrifício era feito ao som do Hallel completo (Salmos 113 - 118) cantado e acompanhado de instrumentos musicais. Na Wikipédia, enciclopédia livre virtual, a celebração da páscoa judaica atual é descrita assim:
A instituição
da páscoa cristã
Jesus pediu a
seus discípulos que lhe preparassem a Seder Pessach, e a comeu com eles na
noite da páscoa (Lc 22: 7 - 21), ou seja, na noite que antecedia o dia da
páscoa, quando acontecia a festa propriamente dita (Jo 13: 1); para os judeus a
dia começa num por do sol e termina no seguinte, esse evento ficou conhecido
como a última ceia e nós sempre a citamos quando vamos celebrar a Santa Ceia do
Senhor, o que já nos diz que, para nós cristãos, a ceia é a nossa celebração
pascal. A crucificação de Jesus deve ter acontecido por volta das nove horas
(9h) da sexta-feira e sua morte, aconteceu perto da hora nona, ou seja, quinze
horas (15h), como nos informa Mateus (Mt 27: 46).
Paganismo associado à páscoa
Estranhamente vemos
nas celebrações judaica e cristã da ceia elementos estranhos a aqueles instituídos
pelo SENHOR no deserto, para ser relembrado pelos israelitas e, também,
daqueles que nosso Senhor Jesus Cristo ordenou que fosse usado na ceia do
Senhor. Esses elementos estranhos são o coelho e o ovo, sendo que o coelho
aparece apenas entre os cristãos, ao passo que, o ovo entre as celebrações de
ambas as religiões.
Os judeus
dizem que o ovo representa o sacrifício de Chaguigá. E que seria, um outro
sacrifício apresentado e comido antes do sacrifício pascal propriamente dito,
que só acontecia no final; dizem que simboliza também o luto pela impossibilidade
de culto no templo santo; e ainda, refere-se ao ciclo de mudança, dessa maneira
expressando a esperança de que o Templo será reconstruído em breve.
Entre os
cristãos, geralmente se justifica a presença do coelho e do ovo de páscoa
devido à notória capacidade de reprodução desse animal, que se tornou símbolo
da fertilidade. Já o ovo, representa o surgimento da vida e a origem do mundo.
Daí sua relação com a ressurreição de Cristo e a Páscoa.
As justificativas
apresentadas acima parecem ser mais desculpas do que explicações plausíveis
para a inserção de símbolos pagãos na páscoa. Haja visto que, os dois elementos
usados eram comuns entre antigos cultos; alguns deles, no império romano principalmente,
foram contemporâneos dos cristãos e dos judeus e, estes foram influenciados.
O site
ceticismo.net, no artigo A verdadeira História da Páscoa (http://ceticismo.net/religiao/a-verdadeira-historia-da-pascoa/),
mostra o uso do ovo e do coelho em vários cultos espalhados pelo mundo e tempo:
O ovo é um
destes símbolos que praticamente explica-se por si mesmo. Ele contém o germe, o
fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a
criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o símbolo da vida.
Os celtas,
gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam
que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este “ovo
cósmico” aparece depois de um período de caos.
Na Índia, por
exemplo, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o
“Sopro divino”), chocou o ovo cósmico na superfície de águas primordiais e,
daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao Céu e a Terra –
simbolicamente é possível ver o Céu como a parte leve do ovo, a clara, e a
Terra como outra mais densa, a gema.
O mito do ovo
cósmico aparece também nas tradições chinesas. Antes do surgimento do mundo,
quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e, de seus
elementos pesados, surgiu a Terra (Yin) e, de sua parte leve e pura, nasceu o
céu (Yang).
Para os
celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente. Para eles, o ovo
contém a representação do Universo: a gema representa o globo terrestre, a
clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos
astros.
Na tradição
cristã, o ovo aparece como uma renovação periódica da natureza. Trata-se do
mito da criação cíclica. Em muitos países europeus, ainda hoje há a crença de
que comer ovos no Domingo de Páscoa traz saúde e sorte durante todo o resto do
ano. E mais: um ovo posto na sexta-feira santa afasta as doenças.
... No
antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida. Alguns povos da
Antigüidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que ele se tenha
tornado símbolo pascal devido ao fato de a Lua determinar a data da Páscoa.
Mas o certo
mesmo é que a origem da imagem do coelho na Páscoa está na fertililidade que os
coelhos possuem. Geram grandes ninhadas! Assim, os coelhos são vistos como
símbolos de renovação e início de uma nova vida. Em união com o mito dos Ovos
de Páscoa, o Coelho da Páscoa representa a renovação de uma vida que trará boas
novas e novos e melhores dias, segundo as tradições.
Esses símbolos
se encontram na antiga mitologia anglo-saxã que celebra a Eostre (ou Ostera)
deusa da fertilidade; representada por uma figura de mulher, jovem, segurando
um ovo e olhando um coelho. Este mito encontra correspondência em vários cultos
mitológicos antigos, como o nórdico, o germânico, o grego, o fenício e o
babilônico. A correspondência é percebida pela similaridade da representação do
mito a da festividade referente à ele, a saber os festivais da primavera, onde
se celebrava a renovação da vida com a chegada da nova estação.
Há quem afirme
que os missionários cristãos que chegaram a Inglaterra no século II dC usaram a
festa de Eostre como uma ferramenta ilustrativa da morte e ressurreição de Jesus,
para converter aquele povo e, que após essa conversão, mudaram a data de
celebração para a mesma da morte de Jesus.
A
verdadeira páscoa cristã
A páscoa
cristã não é celebrada apenas uma vez por ano, mas sempre que a ceia do Senhor acontece.
Contudo, é importante usar essa festa anual como forma de lembrar a data da
morte e ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo.
A verdadeira
forma da páscoa cristã e os elementos legítimos dessa celebração são aqueles
instituídos por Jesus, o pão e o vinho, representando seu corpo e sangue; isto
é, uma lembrança e pregação simbólica do sacrifício de Cristo, como bem mostrou
o apóstolo Paulo em 1Coríntios 11: 23 - 26
23 -Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24-E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 25-Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. 26-Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.
O texto
bíblico supracitado nos informa que:
a) O Pão representa o corpo de Jesus: O cordeiro santo de Deus (E,
vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. João 1:36),
que recebeu sobre seu corpo os pecados, portanto, a condenação dos salvos (Levando
ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para
os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes
sarados. 1 Pedro 2:24 - Mas ele foi ferido por causa das nossas
transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz
a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Isaías
53:5)
b) O vinho representa o sangue de Jesus: Que limpa o pecador dos
seus pecados e conseqüentemente da ira santa de Deus (...o sangue de Jesus Cristo,
seu Filho, nos purifica de todo o pecado. 1 João 1:7 - Logo muito
mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira. Romanos 5:9)
Muito bom artigo. Esclarece as origens das tradições da celebração da Pascoa e traduz a essência do cristianismo.
ResponderExcluir