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domingo, 25 de março de 2012

Expedições procuram desvendar os mistérios do mar

Tanto mistério faz com que o fundo do mar atraia a atenção de pesquisadores, cientistas, navegadores, e exploradores em geral. Desde a antiguidade, o fundo do mar suscita curiosidade, medo e até lendas e faz com que corajosos desbravadores queiram saber mais sobre ele. 

Apesar de explorar os mistérios dos oceanos não ser uma tarefa fácil, é sempre uma aventura emocionante. A cada exploração, mais novidades são reveladas, novas espécies são encontradas, novos dados são colhidos. E o mais incrível é que ainda há muito a se conhecer. 

O navegador português Fernão de Magalhães – o primeiro a dar a volta ao mundo (1519-1522) e comprovar, com isso, que a terra é redonda – foi o primeiro explorador conhecido que tentou medir a profundidade do oceano, utilizando uma linha com 600 metros de comprimento no Oceano Pacífico.

Mais de 200 anos depois da excursão de Magalhães, o capitão inglês James Cook foi um pouco mais além na exploração dos oceanos. O navegador realizou uma expedição em 1768 a bordo de seu navio Endeavour ao sul do Oceano Pacífico, quando mediu a temperatura das águas profundas, ventos e correntes do oceano. Com isso, Cook – que além de excelente navegador era astrônomo e matemático – colheu importantes dados sobre as águas dos oceanos e bancos de corais.

No século 19, várias expedições contribuíram para se conhecer um pouco mais sobre o fundo do mar. Entre 1815 e 1854, o naturalista inglês Edward Forbes deu uma importante contribuição ao estudo da biologia marinha, dividindo o mar em duas zonas específicas de vida depois de repetidas observações. 

Em 1818, o explorador inglês John Ross coletou amostra de lama a uma profundidade de 1.919 metros na Baía de Baffin (mar localizado no nordeste do Canadá e que estabelece a ligação entre os oceanos Ártico e Atlântico) utilizando uma cavadeira que ele próprio inventou. 

Nesta investigação, Ross trouxe à tona vermes que revelaram a existência de vida animal no fundo do mar. Entre 1831 e 1836, foi realizada a famosa Beagle Expedition, da qual fez parte o naturalista inglês Charles Darwin. A expedição coletou inéditos e importantes dados sobre a biologia marinha.

A exploração do fundo do mar ganhou novas dimensões com a realização da expedição inglesa Challenger Expedition, entre 1872 e 1876. Sob o comando de Sir Charles Wyville Thompson, a equipe circunavegou o mundo durante quatro anos, percorrendo 110.000 quilômetros. 

A expedição realizou estudos específicos sobre biologia, física, química e geologia marinha. Durante a viagem, mais de 4.700 novas espécies de vida marinha foram descobertas. Além disso, foram coletadas amostras do leito dos oceanos, feitas observações atmosféricas e meteorológicas e realizada uma série de medições de profundidade e temperaturas das águas, e velocidade e direção das correntes marinhas.

A partir de então, muitas outras expedições foram alavancadas, e o número de dados obtidos sobre o fundo do mar aumentou exponencialmente. Entre as muitas viagens exploratórias que se seguiram, destacam-se a Plankton Expedition, a Fram Expedition, a Meteor Expedition e a Calypso Expedition

A expedição alemã Plankton foi realizada em 1889 sob o comando de Victor Hensen, K. Brandt e O. Krummel. A equipe realizou várias coletas de organismos marinhos no Oceano Atlântico, inclusive de plâncton, analisando-se o ciclo da matéria no mar. Hansen foi o primeiro pesquisador a utilizar o termo plâncton no sentido que se conhece hoje. 

A expedição norueguesa Fram foi realizada entre 1893 e 1896 sob o comando de Fridtjof Nansen. Através dessa expedição, mostrou-se que o Mar Ártico não era raso como se acreditava, mas sim profundo e que havia nele um grande volume de água subsuperficial quente e de alta salinidade, derivada de baixas latitudes. 

A expedição alemã Meteor, realizada entre 1925 e 1927, é singularmente importante, pois através dela deu-se início à oceanografia moderna. Durante essa viagem foi feito um verdadeiro mapeamento do fundo do Oceano Atlântico de norte a sul, coletando dados dia e noite sem interrupção. Além disso, foi a primeira a utilizar uma ecossonda eletrônica para medir a profundidade do oceano, garantindo mais de 70.000 sondagens do leito do oceano, revelando assim toda a topografia do Atlântico. 

A expedição francesa Calypso, realizada entre 1961-1962, destaca-se pela notoriedade de seu comandante, Jacques Cousteau. Com sua equipe, o navegador explorou o Oceano Atlântico fazendo várias coletas oceanográficas e uma série de documentários que levaram os mistérios do fundo do mar ao grande público, despertando o interesse de toda a comunidade para a preservação dos mesmos.

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