O historiador espanhol José Miguel Parra Ortiz, autor de "A vida amorosa no Antigo Egipto" afirmou que os egípcios "tinham todas as perversões, mas eram publicamente contidos e calmos".
O autor de "A vida amorosa no Antigo Egipto. Sexo, matrimónio e erotismo", título editado pela Esfera dos Livros, afirmou que a vida sexual não era um tabu para os antigos egípcios que "não gostavam de a expressar publicamente", nomeadamente em pinturas.
Em declarações à Lusa, o historiador espanhol esclareceu: "Estavam tão interessados em sexo como qualquer outro povo, mas seguiam um pouco o modelo vitoriano, em que em público nada transparecia, e era tudo calmo, e dentro de portas imperava a imaginação".
"Tinham todos os tipos de perversão, e tanto quanto se conhece até hoje, não havia qualquer tabu", disse.
Os antigos egípcios, referiu, "fechavam os olhos a certas práticas desde que houvesse filhos".
O essencial desta civilização marcada pelo ciclo das cheias do rio Nilo que fecundava as terras, era "ter filhos, ter herdeiros, garantir uma continuidade era essencial".
Homossexualidade não era condenada, desde que houvesse herdeiros
"A homossexualidade - exemplificou - não era explicitamente condenada pelo ato em si, mas por dessa relação não surgirem filhos. Se um dos intervenientes já tivesse herdeiros, mesmo que adotados, fechavam os olhos".
O erotismo e a vida sexual são duas áreas pouco estudadas, "quer pela falta de fontes, quer pelo puritanismo de alguns arqueólogos".
O historiador citou casos de investigadores que retiraram referências fálicas encontradas em estatuetas, ou até documentos que foram escondidos.
O papiro erótico de Turim, conhecido desde o início do século XIX, só foi publicado em 1973, por exemplo. Outro caso é a censura feita pelo Metropolitan Museum de Nova Iorque a uma cena erótica desenhada num couro.
Os egípcios deixaram também poucos testemunhos sobre estas matérias, constituindo o "papiro de Turim" sobre o qual há várias interpretações, um dos documentos mais completos.
O erotismo e a vida sexual são duas áreas pouco estudadas, "quer pela falta de fontes, quer pelo puritanismo de alguns arqueólogos".
O historiador citou casos de investigadores que retiraram referências fálicas encontradas em estatuetas, ou até documentos que foram escondidos.
O papiro erótico de Turim, conhecido desde o início do século XIX, só foi publicado em 1973, por exemplo. Outro caso é a censura feita pelo Metropolitan Museum de Nova Iorque a uma cena erótica desenhada num couro.
Os egípcios deixaram também poucos testemunhos sobre estas matérias, constituindo o "papiro de Turim" sobre o qual há várias interpretações, um dos documentos mais completos.
Objectos e documentos de cariz erótico
Há também objetos, "algumas oferendas de cariz erótico deixadas junto dos cadáveres mumificados que se acreditava que ressuscitavam no outro mundo, e também falos que eram colocados junto do altar da deusa Hator".
"Dado o tamanho adequado de determinados falos feitos em madeira e pedra, que foram encontrados, subsiste a hipótese de que se masturbavam com os objetos, e os entregavam posteriormente aos deuses, como forma de alcançar uma maior carga mágica, garantir a fertilidade ou recuperar a potência sexual".
"Há documentos que referenciam atos que identificaríamos hoje como de sadismo e masoquismo, e relatos literários que referem a existência de sexo antes do matrimónio".
A virgindade não era uma preocupação, segundo o egiptólogo: "As mulheres egípcias eram mais apreciadas depois de terem dado à luz, a questão da virgindade não era de todo a mais importante, e mais uma vez prevalece a procriação que vai ao encontro da ideologia oficial do amor: 'sexo apenas com o sentido de procriar'", disse.
"Encontrámos também relatos de relações extra-conjugais, sem que tal fosse condenado, e até narrativas da participação de um terceiro elemento na relação conjugal", disse.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
"Dado o tamanho adequado de determinados falos feitos em madeira e pedra, que foram encontrados, subsiste a hipótese de que se masturbavam com os objetos, e os entregavam posteriormente aos deuses, como forma de alcançar uma maior carga mágica, garantir a fertilidade ou recuperar a potência sexual".
"Há documentos que referenciam atos que identificaríamos hoje como de sadismo e masoquismo, e relatos literários que referem a existência de sexo antes do matrimónio".
A virgindade não era uma preocupação, segundo o egiptólogo: "As mulheres egípcias eram mais apreciadas depois de terem dado à luz, a questão da virgindade não era de todo a mais importante, e mais uma vez prevalece a procriação que vai ao encontro da ideologia oficial do amor: 'sexo apenas com o sentido de procriar'", disse.
"Encontrámos também relatos de relações extra-conjugais, sem que tal fosse condenado, e até narrativas da participação de um terceiro elemento na relação conjugal", disse.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
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