"PARA TUDO"

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

WICCA E BRUXARIA

Atualmente, vivemos um retorno aos cultos pagãos. Em verdade, uma releitura destes. A wicca e a bruxaria são as facetas mais conhecidas desse movimento. Mas será que elas são mesmo conhecidas? Em que se inspiraram esses novos bruxos para fundamentarem suas crenças?


A bruxaria e a wicca têm um papel importante no resgate da figura da mulher, especialmente quando ligada ao religioso. Nas escultura do período Paleolítico, a mulher era um tema recorrente (Vênus de Willendorf, Laussel, etc.), representada seios fartos, quadris largos e a vagina bem delineada; era a materialização da Grande Mãe. Há indicações de que a mulher representava a imortalidade, os mistérios da geração da vida e o poder mágicko.

Os símbolos femininos dessas épocas ancestrais se mantiveram presentes até a Antiguidade clássica e, de certa forma, até os dias de hoje.

Margaret Murray, uma eminente egiptóloga, lançou a tese de que a bruxaria era um culto marginal presente no Ocidente desde o período Paleolítico. Esse culto se manteve vivo e atuante, paralelo aos cultos oficiais, seja o paganismo greco-romano, seja o cristianismo. Tinha como divindade principal o deus de chifres, conhecido como Cernunnos, Pá ou Dianus, um deus da fertilidade muito similar ao Shiva de Mohenjo Dharo,  senhor dos animais, ou o Cernunnos celta.

Essa tese de Murray ganhou uma legião de adeptos e, posteriormente, também de críticos. Hoje em dia, entre os acadêmicos, convencionou-se refutar a tese de Margaret Murray, tida como infundada. Apesar disso, na história da humanidade encontraremos inúmeros cultos que se assemelham à bruxaria.

Vale salientar que muitos elementos atribuído à bruxaria foram criações da Igreja Católica que, com o fim do feudalismo e as convulsões sociais decorrentes, via sua hegemonia ameaçada. Assim, o Santo Ofício (Inquisição) tinha como meta resguardar a fé, ou melhor, o domínio da Igreja.

Numa mudança radical, a sociedade, até então rural, se tornava urbana. O nome “pagão” vem do latim paganus, e se refere ao morador do campo, termo usado pelos romanos “cultos” convertidos ao cristianismo e que residiam nas cidades. Desse modo, pagão seria equivalente a “caipira”, e indicava alguém com crenças “atrasadas”, ou seja, ligado aos antigos deuses. Muitas das práticas pagãs eram vistas como crendices ou adoração ao demônio.

A era das fogueiras se delineia a partir do século 15, sob grande influência alemã, de onde mais tarde surgiria Lutero e o protestantismo. Em 1484, o Papa Inocêncio VIII (1432-1492) criou a bula Summis Desiderantes Affectibus, o documento que dá o aval para a matança que se seguiria, dando corpo ao Santo Ofício. Esse evento motivou o Malleus Maleficarum (1487), obra dos dominicanos alemães Heinrich Kraemer (c. 1430-1505) e Jacob Sprenger (c. 14361494), um manual de caça às bruxas, também conhecido como O Martelo das Bruxas.

Mas com o Renascimento artístico da época, também se desenvolve uma visão humanista e antropocêntrica, com o homem encarado como a “pérola” da criação e não mais um desgraçado pecador. Isso se contrapunha diretamente à Igreja e ao pensamento medieval. A vida era vivida em torno do ser humano, e não apenas da religião. Assim, as descobertas da Renascença abalavam os dogmas da Igreja e descortinavam uma nova era para a humanidade. A medieval retratava as desgraças do mundo e, conseqüentemente, as maravilhas do reino de Deus. A arte da Renascença mostra o homem feliz e a volta dos deuses romanos e gregos.



O LEITOR JÁ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO COMO SE DEU O RENASCIMENTO DA BRUXARIA nos moldes em que a conhecemos hoje. Vários elementos colaboraram em sua formação, especialmente alguns livros que se mostraram deveras importantes.

Um deles foi A Bruxaria Hoje (Witchcraft Today, 1954), de Gerald Gardner (1884-1964), um marco na história da bruxaria ou na criação da wicca (palavra de origem anglo-saxã). Esse livro trouxe a bruxaria a público e reavivou o interesse pelo tema, tarefa engendrada anos antes por Aradia: O Evangelho das Bruxas (Aradia: Gospel of the Witches, 1899), de Charles Godfrey Leland (1824-1903); pelo importantíssimo O Culto das Bruxas na Europa Ocidental (The Witch Cult in Western Europe, 1921), de Margaret Murray (1863-1963); e por A Deusa Branca (The White Goddess, 1948), de Robert Graves (1895-1985); sem esquecer, é claro, de O Ramo de Ouro (The Golden Bough, 1922), de Sir James Fraser (1854-1941). Todos esses livros semearam o caminho para que a wicca viesse a florescer.

Gardner tem um papel de destaque. Além de seus livros, criou covens e iniciou vários bruxos, dando corpo ao movimento. Ele passou a maior parte de sua vida trabalhando na Malásia, onde pôde entrar em contato com várias tradições exóticas. Esse gosto fez com que, após a sua aposentadoria e regresso à Inglaterra, ele ingressasse na Sociedade de Folclore e percorresse os meandros do ocultismo britânico, pesquisando as mais diversas fontes. Nessas pesquisas, ele conheceu Aleister Crowley (1875-1947) e Old Dorothy Clutterbuck (1880-1951), importantes figuras em sua trajetória.

Gardner foi membro da Fellowship of Crotona, em New Forest, onde conheceu Dorothy Clutterbuck, que o teria iniciado na bruxaria. Há quem diga que esse coven nunca existiu, mas há relatos mencionando que, na Segunda Guerra Mundial, em New Forest, um grupo de bruxas se reuniu para impedir o desembarque dos exércitos nazistas. A própria existência de Old Dorothy Clutterbuck era posta em dúvida, mas Doreen Valiente (1922-1999), discípula de Gardner, consegue provar sua existência.



O QUE SALTA AOS OLHOS É O ECLETISMO DE ELEMENTOS utilizados por Gardner na confecção da wicca. Muitos rituais são criados a partir de elementos da magia cerimonial, especialmente a advinda da Aurora Dourada (Golden Dawn) e da maçonaria, entre outras fontes. Os fundadores da G.D., Samuel Liddel MacGregor Mathers (1854-1918), William Wynn Westcott (1848-1925) e William Robert Woodman (1828-1891), eram maçons e membros da SRIA (Sociedade Rosa-Cruz da Inglaterra), à qual também pertencia Hargrave Jennings (1817-1890). Havia boatos da ligação de Jennings com um coventículo, e Gardner até imaginava que ele poderia ser o “autor” de O Livro das Sombras. As ligações de Jennings com cultos fálicos são proverbiais.

Hargrave Jennings era o autor do livro Os Rosacrucianos (1870), no qual narra várias facetas do ocultismo da bruxaria. Por sua vez, Francis King afirma que as teorias de Murray haviam sido retiradas da obra de Hargrave Jennings e que, em 1915, Crowley havia escrito a Frater Achad, Charles Stansfeld Jones (1896-1950), a respeito da necessidade da criação de um culto pagão. A descrição do referido culto lembraria em muito a bruxaria gardeneriana, que surgiria algumas décadas depois. Tanto é assim que, para alguns estudiosos, o verdadeiro “pai” da bruxaria wicca foi Aleister Crowley e não Gardner, sendo Crowley o autor  de O Livro das Sombras. Muitos anos antes, Crowley já se havia colocado como profeta da nova era e responsável pelo ressurgimento do paganismo, tendo pesquisado e desenvolvido várias vertentes da magia.

Gardner foi feito membro da O.T.O. (Ordo Templi Orientis), ordem mágicka reestruturada por Crowley. A relação entre Crowley e Gardner era amistosa, e o próprio Gardner acreditava que Crowley era uma das pessoas capazes de ter escrito O Livro das Sombras, talvez uma forma talvez de lhe dar a autoria sobre o livro ou de justificar o uso de grande quantidade de material de Crowley. Há inúmeras passagens de Crowley no livro de Gardner: “Eu sou a chama que arde em todo coração humano, e no núcleo de toda estrela. Eu sou Vida, e o doador da vida, entretanto, conhecer-me é conhecer a morte”. “Eu os amo! Eu anseio por vós! Pálido ou púrpura, velado ou voluptuoso, Eu que sou todo prazer e púrpura, e ébria no sentido mais profundo, os desejo”.

De todas as passagens, a mais clara é: “Faz o que tu queres, desde que não prejudiques a ninguém” (ou correlata); uma adaptação clara de: “Faz o que tu queres, há de ser o todo da Lei”, a máxima de Crowley. Ou ainda o uso do pentagrama: “Meu número é 11, como todos seus números que são nossos. A Estrela de Cinco Pontas, com um Círculo no meio”. O pentagrama wiccano é o inverso, ou seja, uma estrela circundada pelo círculo.



CONVÉM FALAR UM POUCO A RESPEITO DO LIVRO DE LELAND, Aradia: O Evangelho das Bruxas, escrito a partir do relato de uma jovem chamada Maddalena – uma bruxa de Florença, na Toscania. Ela se dizia descendente de uma tradição da bruxaria, a stregoneria. O quanto disso foi invenção da “fonte” ou criação do próprio Leland, não sabemos, mas o importante é que o livro trazia em “primeira mão” um culto de bruxaria. No livro, é narrada a história de Diana, que se une a seu irmão e filho, Lúcifer. Dessa união nasce Aradia, que vem à Terra para ensinar a arte da bruxaria. Tecnicamente, essa tradição remontaria aos etruscos.

Por mais que a narrativa de Leland seja difícil de se sustentar, é bom lembrar que relatos sobre o culto à deusa Diana são conhecidos ao longo da Idade Média. Esse culto era atribuído às bruxas, as fiéis da deusa. O historiador e antropólogo Carlo Ginzburg, em seus livros Storia Notturna, Una Decifrazione del Sabba e I Benandanti: Stregoneria e Culti Agrari tra Cinquecento e Seicento, coletou vários relatos sobre bruxaria, paganismo e cultos da fertilidade nas idades Média e Moderna.

Vale salientar que na pesquisa de Ginzburg um dos nomes da deusa era Diana, nomenclatura usada pela Igreja. Na verdade, a deusa era chamada de várias outras formas, e a roupagem cristã provavelmente era a camuflagem de um substrato pagão muito mais antigo. O papel da Igreja foi demonizar os cultos e enquadrá-los nas idéias oficiais, ou seja, como adoração ao diabo. À sua moda, a Igreja Católica contribuiu para a união entre Diana e as divindades germânicas da fertilidade uma vez que, durante a conversão desses povos, passava a nomear todas as divindades locais como Diana, um nome “clássico”, “encaixando” as crenças politeístas à sua teoria demonológica.

Os romanos também estabeleciam correlações entre suas divindades e as de outros povos. Populações celtas, teutônicas e eslavas faziam parte do Império Romano, e a deusa romana Diana ganhava atributos da Epona céltica. Assim, o Império Romano acabou por promover a miscigenação de cultos, produzindo o sincretismo entre algumas divindades.

Para completar o quadro, no fim do Império, com a invasão dos bárbaros, mais tradições e influências se acumularam. A Itália foi conquistada por godos, vândalos, lombardos e hunos. Séculos depois, veio o Sacro  Império Romano Germânico. Essa miscigenação produziu lendas acerca da “cavalgada das bruxas”, chefiadas pela deusa Diana, um sincretismo entre as divindades mediterrâneas e as germânicas; os nórdicos, em seus Eddas, diziam que as bruxas iam para sua reunião montadas em lobos, javalis ou “paus de cerca”.



UM PONTO CURIOSO A RESPEITO DA BRUXARIA SÃO OS PADRÕES similares encontrados na bruxaria de locais diferentes e sem qualquer contato uns com os outros. Uma das explicações reside na noção de inconsciente coletivo e na teoria dos arquétipos. Dessa forma, a grosso modo, a bruxaria não seria transmitida linearmente, de bruxa para bruxa, mas sim como um aspecto mais profundo da raça humana. Assim, ela poderia emergir nos locais mais distantes uns dos outros, como realmente aconteceu. Isso explicaria, em parte, a similitude entre alguns aspectos da bruxaria africana e da inglesa, por exemplo. Notei isso em minha pesquisa sobre vampiros e bruxaria, com o padrão dos relatos se repetindo da Malásia ao Caribe. Outros pesquisadores também se depararam com esse padrão, suscitando as mais diversas teorias.

A bruxaria é parte integrante da magia européia, e não só no passado remoto. Alguns membros de ordens, como a Golden Dawn, fizeram pesquisas de campo, nas quais afirmam ter encontrado essas tradições vivas. Temos o relato de J.W. Brodie-Innes (1848-1923) sobre as tradições celtas e de bruxaria, publicadas na revista Occult Review (vol. XXV); ou mesmo o brilhante artista plástico Austin Osman Spare (1886-1956), criador do Zos Kia Cultus, que foi iniciado pela senhora Paterson, uma norte-americana que alega ser descendente das bruxas de Salem.

Após seu renascimento efetivo, a bruxaria, nas mãos de Gardner, se multifacetou em várias tradições. A seu modo, cada uma delas tenta resgatar – na verdade recriar – os mistérios antigos. Algumas tradições mais sérias, outras nem tanto. Mas, sem dúvida, todas representam um movimento de vital importância no resgate do feminino, do papel da mulher na religião, da natureza e de uma visão mais holística do cosmos.

Bons ventos trazem essas novas (e antigas) tradições. Em muitos aspectos, o criador da wicca – tenha sido Gardner ou Crowley – estaria feliz com o resultado. Devemos muito a eles: a liberdade e o entendimento é fruto do trabalho dos dois.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Wicca | História - O Renascer da Bruxaria


A partir da metade do século XIX, a Bruxaria tornou-se novamente objeto de discussão, graças ao renascer do interesse em mitologia, folclore e magia. Em 1862, Jules Michelet lançou sua obra "A Feiticeira", na qual falou sobre a sobrevivência dos cultos pagãos nas Idades Média e Moderna e sobre o surgimento paralelo do satanismo. Apesar de importante, as principais intenções de seu livro eram políticas: pretendia provar que a Bruxaria era um culto surgido nas camadas inferiores da sociedade em protesto à repressão da classe dominante.

Isso pode ser verdadeiro para o satanismo, mas não corresponde à realidade quando se trata de Bruxaria. Mas isso não diminui a importância de seu livro: sua tese da sobrevivência dos cultos pagãos influenciou o trabalho de vários antropólogos e folcloristas do final do século XIX e do início do século XX. Um deles foi o norte-americano Charles Leland, um folclorista conhecido na época por suas pesquisas sobre cultura cigana. Em 1899, Leland lançou um livro intitulado "Aradia, o Evangelho das Bruxas". Foi a primeira obra de grande importância para o renascimento da Bruxaria no século XX. Neste livro, Leland registrava as crenças reunidas por uma bruxa toscana chamada Maddalena, que ele conhecera em uma viagem pela Itália no ano de 1866. O livro fala da vecchia religione praticada naquela região: o culto à Deusa Aradia, filha de Diana com seu irmão Lúcifer. Aradia foi la prima strega ("a primeira bruxa"), enviada à Terra por sua mãe para ensinar as artes da feitiçaria aos humanos.

A idoneidade do livro é contestada atualmente por alguns historiadores da feitiçaria, que argumentam que Leland dirigiu sua pesquisa para enquadrar-se em suas concepções e nas idéias de Michelet. Outros dizem ainda que Maddalena traiu a boa fé do folclorista. O fato é que nada disto tira o mérito do livro, um clássico da Bruxaria moderna. A década de 20 produziu dois importantes livros para a Bruxaria moderna: um deles foi "O Ramo de Ouro" ("The Golden Bough"), gigantesca obra do antropólogo James Frazer, versando sobre rituais de fertilidade.

As idéias que expôs em sua obra, juntamente com o conhecimento passado por Leland em "Aradia" levaram a antropóloga Margaret Murray a lançar seu importante livro "O Culto das Bruxas na Europa Ocidental" ("The Witch-Cult in Western Europe"), em 1921. Nele Murray sustentava que a Bruxaria era uma antiquíssima religião organizada, presente em toda a Europa, baseada no culto a um deus chifrudo da fertilidade, que ela denominou de Dianus (ela falou mais sobre ele em seu livro "O Deus das Feiticeiras" - "The God of the Witches"). De acordo com ela, essa religião havia sobrevivido à perseguição e continuava com suas práticas, de maneira oculta. Muitas críticas já foram feitas à Murray, e a maioria se baseou na fraqueza de alguns de seus argumentos para defender a suposta "organização" dessa religião.

Hoje sabemos que ela não era tão organizada nem praticada em tantos lugares quanto Murray sustentava, mas indubitavelmente existia um culto pagão, praticado de formas diferentes em lugares diferentes, que sobreviveu à perseguição. Em 1948 Robert Graves escreveu sua excelente obra "A Deusa Branca" ("The White Goddess"), no qual concordava com Murray quanto à existência de um culto pagão disseminado pela Europa, mas apoiava a tese de que sua divindade mais importante era uma Deusa-Mãe, e não o Deus de Chifres. Três anos depois, em 1951, caíram as últimas leis anti-feitiçaria da Inglaterra. A porta estava aberta para os bruxos. Surge então Gerald Gardner, o mais importante personagem do renascimento da Bruxaria como religião. Gardner era um folclorista inglês, amigo pessoal do grande mago Aleister Crowley.

Admirador de Frazer e Murray, realizava profundas pesquisas sobre os cultos de fertilidade pré-cristãos e sua sobrevivência. No decorrer destas pesquisas, em 1939, conheceu um grupo de pessoas que mais tarde descobriu fazerem parte de um Coven secreto (como o eram todos, na época). Gardner ficou fascinado: a existência destes bruxos confirmava as teses de Margaret Murray. Estabeleceu uma relação de amizade profunda com os membros deste Coven (denominado Coven de New Forest), e acabou por receber Iniciação. O Coven de New Forest, dirigido por uma bruxa conhecida por "Old Dorothy", era representante de uma tradição que havia sobrevivido às perseguições.

Há quem insinue que Gardner inventou o Coven para dar bases à seu trabalho posterior, e que Old Dorothy nem ao menos existiu. Essas declarações foram brilhantemente refutadas com evidências históricas por Doreen Valiente, no ensaio "Em Busca de Old Dorothy", publicado no livro "The Witches Way"("O Caminho dos Bruxos"), do casal Janet e Stewart Farrar. Com o passar do tempo, Gardner preocupou-se com o futuro da Tradição, pois todos os membros do Coven eram idosos, e não havia previsão de aceitar novos iniciados. Ele não aceitou esse destino, e pediu permissão para publicar algumas práticas da religião. Relutantes, os Sábios do Coven negaram. Mesmo assim, Gardner publicou, em 1948, "High Magic's Aid", um romance no qual descrevia, sutilmente, alguns rituais da Arte. A publicação do livro causou polêmica entre o Coven de New Forest, e Gardner quase foi banido. Mas, com a queda das leis anti-feitiçaria, os Sábios do Coven reviram sua posição e deram permissão a Gardner para afirmar que a Bruxaria estava viva, desde que não revelasse nenhum segredo. Então, em 1954, Gerald Gardner publicou o primeiro livro da Bruxaria Moderna: "A Bruxaria Hoje" ("Witchcraft Today"), seguido de "The Meaning of Witchcraft"(1959). Neles, Gardner afirmava estarem certas as teorias de Murray, pois ele mesmo era um bruxo iniciado.

Os livros falavam apenas superficialmente sobre a Tradição que lhe havia sido confiada, concentrando-se mais no aspecto histórico da religião. Paralelamente à publicação dos livros, Gardner saiu do Coven de New Forest e iniciou seu próprio Coven, iniciando pessoas que lhe pareciam sinceras e dedicadas. A essas pessoas, transmitia integralmente o conteúdo de um manuscrito, por ele denominado de "Livro das Sombras". Este livro continha integralmente a Tradição do Coven de New Forest, mesclada a práticas mágicas retiradas da Clavícula de Salomão e dos escritos de Crowley. Seu conteúdo, copiado por todo iniciado, passou a ser denominado de Tradição Gardneriana, a primeira Tradição da Bruxaria Moderna. O "Livro das Sombras" Gardneriano teve três versões, conhecidas pelas letras A, B e C. O texto que é utilizado atualmente pelos Covens Gardnerianos é o C, escrito por Gardner em conjunto com uma de suas iniciadas, Doreen Valiente, responsável por grandes mudanças no texto original. Valiente "paganizou" ao máximo os ritos e textos, retirando qualquer influência de magia judaico-cristã ou textos escritos por Crowley. Atualmente, a Gardneriana é a mais sigilosa de todas as Tradições modernas. Gardner morreu em 1964, e o comando de seus Covens foi passado à Monique Wilson, conhecida como Lady Olwen. Na década de 60, surgiu outro personagem importante na história moderna da Arte: Alex Sanders, que recebeu o título de "Rei dos Bruxos". Sanders era um grande interessado em bruxaria, que nunca havia conseguido ingressar em um dos Covens Gardnerianos.

De algum modo que até hoje não está bem esclarecido, conseguiu tomar posse de um "Livro das Sombras" Gardneriano. Uniu o conhecimento do livro (provavelmente cópia do texto A) ao que afirmava ter sido transmitido por sua avó, uma bruxa familiar. Sanders possuía um temperamento completamente antagônico ao de Gardner. Era um especialista em marketing pessoal, o que lhe deu extrema notoriedade. Milhares de pessoas foram iniciadas em seus Covens, e ele aparecia em entrevistas em TV, rádio e jornais. Era tão público que foi ameaçado de maldição por bruxos mais tradicionais, temendo que ele revelasse algum grande segredo da Arte. Mas isto nunca ocorreu: Sanders era um "show-man", mas não era burro.

A Tradição Alexandriana, fundada por Alex Sanders, é muito semelhante à Gardneriana. Sua principal diferença é a maior ênfase mágico-cabalística, quase inexistente na Tradição de Gardner. Sanders morreu em 1988, mas sua Tradição é uma das mais difundidas no mundo. Existe também uma Tradição moderna denominada Alexandriana-Gardneriana (Al-Gard), que tenta conciliar os ensinamentos de ambas, com a inclusão de novos elementos, em sua maioria de origem céltica. Os maiores representantes públicos atuais da Al-Gard são Janet e Stewart Farrar, da Irlanda.

Nos EUA, o primeiro bruxo a se manifestar publicamente foi o anglo-gitano Raymond Buckland, iniciado por Gardner e Lady Olwen. Considerado pelo próprio Gardner um de seus herdeiros, Buckland migrou para os Estados Unidos logo após a morte do bruxo. Lá, ganhou notoriedade por seus livros sobre Ocultismo e por ser o fundador da Tradição Saxônica da Bruxaria, a Seax-Wica. Nos Estados Unidos, com raras exceções, a Arte ganhou um novo aspecto, inexistente na Bruxaria Européia: o aspecto político. A Bruxaria uniu-se ao feminismo para gerar uma nova forma da Religião. Surgiram então Covens denominados "Diânicos", formados só por bruxas. Algumas das representantes da Bruxaria feminista americana são Starwahk, Zsuzsana Budapest e Laurie Cabot. Com exceção da primeira, nenhuma delas é levada muito a sério pelos bruxos tradicionalistas europeus, que julgam-nas produtoras de distorções no verdadeiro espírito da Arte.

sábado, 8 de janeiro de 2011

simbolos wicca



 

Na prática da arte da Grande-Mãe e seu Consorte, podemos acrescentar uma simbologia mágica que nos permite a melhor sintonia com os elementais. Para tanto, magos e bruxos de todo o mundo, através do conhecimento milenar puderam propagar esta simbologia que nos permite alcançar o efeito desejado em nossas práticas mágicas pessoais.

Cada símbolo com o passar dos séculos, foi incorporado na Arte Wicca, devido a sua eficácia - seja no contexto mágico ou religioso. Muitos destes símbolos são utilizados para a prática ritualísticas de bruxos e bruxas, servindo para focalizar a energia mágica bem como os instrumentos.

Na astrologia temos diversos símbolos que representam planetas e signos. A maior parte deles vem sendo também fortemente utilizados na Wicca. A seguir temos os principais símbolos e seus respectivos significados.

Símbolo Descrição

Ankh
é um antigo símbolo egípico que nos lembra uma cruz encimada por um laço. O Ankh simboliza a vida, o conhecimento cósmico, o intercurso sexual e o renascimento. Devemos lembrar que o Deus e a Deusa do maior antigo panteão egípcio são representados portando sempre este símbolo. O Ankh também é conhecido por vários bruxos como "Cruz Ansata". Hoje em dia o Ankh é usado por vários bruxos contemporâneos para encantamentos e rituais que envolvem saúde, fertilidade e divinação.

Olho de Hórus
é um outro antigo símbolo egípico muito usado na feitiçaria moderna. Representa o olho divino do deus Hórus, as energias solar e lunar, e freqüentemente é usado para simbolizar a proteção espiritual e também o poder clarividente do Terceiro Olho.

Pentagrama
é um dos símbolos pagãos mais poderosos e mais populares entre os Bruxos e Magos Cerimoniais. O pentagrama (uma estrela de cinco pontas circunscrita num círculo) representa os quatro antigos e místicos elementos: fogo, água, ar e terra, superados pelo espírito. Na Wicca o símbolo do pentagrama é geralmente desenhado com a ponta para cima a fim de simbolizar as aspirações espirituais humanas. Um pentagrama voltado com duas pontas para cima é um símbolo do Deus Cornífero.

Selo de Salomão
é um antigo e poderoso símbolo mágico. Este símbolo consiste em um hexagrama de dois triângulos entrelaçados (um voltado para cima e outro para baixo). O selo de Salomão simboliza a alma humana, sendo utilizado por bruxos e magos cerimoniais para encantamentos, conjuração de espíritos, sabedoria, purificação e reforço dos poderes psíquicos.

Suástica
é um antigo símbolo religioso formado pela cruz grega com braços em ângulos retos. Antes de ter sido adotada pelo nazismo, a suástica era um símbolo sagrado de boa sorte e de saúde na Europa pré-cristã e em muitas outras culturas pagãs em todo mundo, incluindo as orientais, egípcias e tribais das Américas. A palavra suástica origina-se do sânscrito (svastika) que significa "um sinal de boa sorte". Existem milhares de símbolos da suástica pelo mundo e o mais antigo de todos data do ano 12.000 a.C.

Triângulo
é um símbolo de manifestação finita na magia ocidental, sendo usado em rituais para invocar os espíritos quando o selo ou sinal da entidade a ser invocada está no centro do triângulo. O triâgulo é equivalente ao número três - número mágico poderoso - e é um símbolo sagrado da Deusa Tripa: Virgem, Mãe e Anciã. Invertido simboliza o princípio masculino.
Lua Crescente é um símbolo sagrado da Deusa e também um símbolo da magia, da energia feminina, da fertilidade, do crescimento abundante e dos poderes secretos da Natureza. é utilizado nas invocações à Deusa e a todas as deidades lunares (tanto masculinas quanto femininas), na magia da lua, nas celebrações dos Sabbats e nos rituais de cura das mulheres.
Tridente é um símbolo sagrado de três falos, ostantado por qualquer deidade masculina cuja função é unir-se sexualmente à Deusa Tripla. é utilizado principalmente em Grandes Rituais, Magia Sexual e rituais de fertilidade.
Pentalfa é um desenho mágico formado pela interseção de cinco letras A. é usado por vários bruxos e Magos Cerimoniais tanto na divinação como na conjuração de espíritos.
Círculo Imagem altamente potente que não possui princípio e nem fim, é usado por muitos bruxos e neopagãos como símbolo sagrado de "ioni", da energia mágica, da proteção, do infinito, da perfeição e da renovação constante.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A deusa e o deus

O Divino Feminino

A Deusa foi a primeira divindade cultuada pelo homem pré-histórico. As suas inúmeras imagens encontradas em vários sítios históricos e arqueológicos do mundo inteiro representavam a fertilidade - da mulher e da Terra. Por ser a mulher a doadora da vida atribuiu-se à Fonte Criadora Universal a condição feminina e a Mãe Terra tornou-se o primeiro contato da raça humana com o divino.

Mas afinal, quem é essa Deusa? Só o fato de termos que fazer essa pergunta demonstra o quanto nossa sociedade ocidental formada sob a égide da mitologia judaico-cristã se afastou de nossas origens. Fomos criados condicionados por uma cosmologia desprovida de símbolos do Sagrado Feminimo, a não ser Maria, Mãe Divina, que não tem os atributos divinos, que são reconhecidos apenas ao Pai e ao Filho e é substituida na Trindade pelo conceito de Espírito Santo. Maria é, quando muito, a intermediária para a atuação dos poderes do Deus... "peça à Mãe que o Filho concede..." Mas Maria não é a Deusa, senão um de seus aspectos mais aceitos pela sociedade patriarcal, de coadjuvante do Deus, reproduzindo o fenômeno social do patriarcado em que a mulher auxilia o homem, mas sempre lhe é inferior e, por isso, deve submeter-se à sua autoridade.

Não somos feministas nem queremos partir para discursos feministas, mas tão somente constatar que a ausência de uma Deusa nas mitologias pós-cristãs se deve ao franco predomínio do patriarcado. Predomínio esse que nos trouxe, ao final do século XX, a uma sociedade norteada pelos valores da competição selvagem, da sobrevivência do mais forte, da violência ao invés da convivência, do predomínio da razão sobre a emoção. Mas a Deusa está ressurgindo. Desde a década de 60, reafirmando-se nas últimas, a descoberta da Terra como valor mais alto a preservar sob pena de não mais haver espécie humana fez decolar a consciência ecológica e o renascimento dos valores ligados à Deusa: a paz, a convivência na diversidade, a cultura, as artes, o respeito a outras formas de vida no planeta.

Cultuar a Deusa hoje significa reconsagrar o Sagrado Feminino, curando, assim, a Terra e a essência humana. Quer sejamos homens ou mulheres, sabemos que nossa psique contém aspectos masculinos e femininos. Aceitar e respeitar a Deusa como polaridade complementar do Deus é o primeiro passo para a cura de nossa fragmentação dualística interior. A Deusa é cultuada como Mãe Terra, representando a plenitude da Terra, sua sacralidade. Sobre a Terra existimos e, ao fazê-lo, estamos pisando o corpo dela, aqui e agora, muito diferente da crença em um deus Onipotente e distante, que vive nos céus. A Deusa é a Terra que pisamos, nossos irmãos animais e plantas, a água que bebemos, o ar que respiramos, o fogo do centro dos vulcões, os rios, as cores do arco-íris, o meu corpo, o seu corpo... A Deusa está em todas as coisas... Ela é Aquela que Canta na Natureza... O Deus Cornífero seu consorte, segue sua música e é Aquele que Dança a Vida... Cultuar a Deusa não significa substituir o Deus ou rejeitá-lo. Ambos, Deus e Deusa são da mesma moeda, as duas faces do Todo. A Deusa é a criadora primordial, o Deus o primeiro criado, e sua dança conjunta e eterna, em espiral, representa a eterna dança da vida.

A Deusa também é a Senhora da Lua e, mais uma vez, a explicação desse fato remonta às cavernas em que já vivemos. O homem pré-histórico desconhecia o papel do homem na reprodução, mas conhecia muito bem o papel da mulher. E ainda considerava a mulher envolta em uma aura mística, porque sangrava todo mês e não morria, ao passo que para qualquer dos homens sangrar significava morte. Portanto, a mulher devia ser muito poderosa, ainda mais que conhecia o "segredo" de ter bebês... É fácil entender porque a mulher era identificada com a Deusa, ou, melhor dizendo, porque a primeira divindade conhecida tinha que ter caracteres femininos... Ainda mais quando as pessoas descobriram que a gravidez durava 10 lunações e a colheita e o suceder das estações seguia um ciclo de 13 meses lunares. O primeiro calendário do homem pré-histórico foi mostrado nas mãos da famosa estatueta da Vênus de Laussel, que segura em sua mão um chifre em forma de crescente, com 13 talhos que representam as lunações. Por sua conexão com a Lua e a mulher, a Deusa é cultuada em 3 aspectos: a Donzela, que corresponde à Lua Crescente, a Mãe representada na Lua Cheia e a Anciã, simbolizada na Lua Decrescente, ou seja, Minguante e Nova.

Na tradição da Deusa a Donzela é representada pela cor branca e significa os inícios, tudo o que vai crescer, o apogeu da juventude, as sementes plantadas que começam a germinar, a Primavera, os animais no cio e seu acasalamento. Ela e a Virgem, não só aquela que é fisicamente virgem, mas a mulher que se basta, independente e autosuficiente. Como Mãe a Deusa está em sua plenitude. Sua cor é o vermelho, sua época o verão. Significa abundância, proteção, procriação, nutrição, os animais parindo e amamentando, as espigas maduras, a prosperidade, a idade adulta. Ela é a Senhora da Vida, a face mais acolhedora da Deusa.

Por fim, a Deusa é a Anciã, que é a Mulher Sábia, aquela que atingiu a menopausa e não mais verte seu sangue, tornando-se assim mais poderosa por isso. Simboliza a paciência, a sabedoria, a velhice, o anoitecer, a cor preta. A Anciã também é a Deusa em sua face Negra da Ceifeira, a Senhora da Morte. Aquela que precisa agir para que o eterno ciclo dos renascimentos seja perpetuado. Esta é o aspecto com que mais dificilmente nos conectamos, porém, a Senhora da Sombra, a Guardiã das Trevas e Condutora das Almas é essencial em nossos processos vitais. Que seria de nós se não existisse a morte? Não poderíamos renascer, recomeçar... Desta forma, é fácil compreendermos porque a Religião da Deusa postula a reencarnação. Se fazemos parte de um universo em constante mutação, que sentido haveria em crermos que somos os únicos a não participar do processo interminável da vida-morte-renascimento? Essa realidade existe no microcosmo do ciclo das estações, da colheita que tem que ser feita para que se reúnam as sementes e haja novo plantio.

É justamente por isso que aqueles que seguem o Caminho da Deusa celebram a chamada Roda do Ano, constituida pelos 8 Sabbats que marcam a passagem das estações. Ao celebrar os Sabbats cremos que estamos ajudando no giro da Roda da Vida, participando assim de um processo de co-criação do mundo. Submeter-se à sua autoridade.

Por tudo o que dissemos fica fácil entender porque os caminhos, cultos e tradições centrados na Deusa são religiões naturais, fundamentadas nos ciclos da natureza e no entendimento de seus elementos e ritmos. Estas práticas de magia natural usam a conexão e correlação dos elementos da natureza - Água, Terra, Fogo e Ar, as correspondências astrológicas (signos zodiacais, influências planetárias, dias e horários propícios, pedras minerais, plantas, essências, cores, sons) e a sintonia com os seres elementais (Devas Guardiões dos lugares, Gnomos, Silfos, Ondinas, Salamandras, Duendes e Fadas).


A Deusa e o Deus

"Todas as Deusas são uma só Deusa, todos os Deuses são um só Deus."

Conquanto a Deusa presida a pulsação vital constante do Universo, é imprescindível que entendamos o papel do Deus. Ela é a Senhora da Vida, mas Ele é o Portador da Luz; Ela é o ventre, Ele o falo ereto; Ela gera a vida, Ele é a faísca que inicia o processo, em plena harmonia, sem predomínios nem competições, mas pela completa união... Ambos parceiros no desenrolar da música e dança que criam e recriam o universo ainda hoje... Na Primavera Ela é a Donzela, Ele o Deus Azul do Amor... No verão ela é a Mãe, grávida, ele o Galhudo, o Deus da Vegetação e dos Animais, Cernnunnos... No outono ele desce para o Mundo Subterrâneo, como o Deus Negro do Mundo Inferior, do sacrifício e da Morte e Ela a Anciã que abre os portais e o acolhe durante sua transmutação. No inverno ele renasce do próprio ventre escuro da Deusa, que quase torna, assim, a um só tempo, sua consorte e sua mãe...


O Deus Cornífero

O Deus realmente é deixado de lado muitas vezes nos cultos pagãos, como se a energia da Deusa pedisse essa dedicação exclusiva. Isto é verdade em parte, porque, não é possível cultuar o Deus adequadamente enquanto não mergulharmos na Deusa e nos despirmos do Deus do patriarcado.

Quando no curso de nosso caminho - e isso demora até anos (mas vaira muito de pessoa para pessoa) - está na hora do Deus voltar, a própria Deusa nos mostra seu Filho, Consorte, Defensor, Ancião. O Deus aparece, tríplice como a Deusa.

O Deus Jovem é, antes de tudo, a Criança da promessa, a semente do sol no meio da escuridão. Depois, é o Garoto do Pólen, o fertilizador em sua face mais juvenil, e traz a energia da alegria de viver, o poder de se maravilhar ante as descobertas da vida, é o experimentador, a face mais sorridente do sol matinal.

Daí surge o Deus Azul do Amor, o rapaz que cresceu e chegou na adolescência e desabrocha em beleza e masculinidade, é o Jovem Deus da Primavera, percorre as Florestas e acorda a natureza. Ele é o Apaixonado, aquele que primeiro busca a Deusa como a Donzela e propicia o encontro... Ele é o Deus da sedução ainda inocente, que não conhece os mistérios da Senhora ainda... ele é toda possibilidade.

Depois ele é o Galhudo e o Green Man... O Deus é o macho na sua plenitude, O Senhor dos Chifres que desbancou o gamo-rei anterior, ele é força e poder, músculos e vitalidade, ele cheira a sexo e promessas. Ele é o Grande Amante, atraído irresistivelmente pela Senhora ele é o Provedor, o Sustentador, o Senhor Defensor. Ele é o Senhor das Coisas Selvagens, o Deus da Dança da Vida, O Falo Ereto, O Fertilizador. Como Green Man ele também é o Senhor da Terra e sua abundância, o parceiro da Senhora dos Grãos. O Senhor dos Brotos, aquele que cuida dos frutos e os distribui pela terra.

Mas o Deus é também O Trapaceiro, o Senhor da Embriaguez, o Desafiador e o Ancião da Justiça. Ele nos faz seguir um caminho e nos perdemos para conhecer o pânico de Pan... ele nos deixa loucos como Dionisio, ou perdidos nos devaneios de Netuno... ele é o Desafiador, seja nos duelos, seja na guerra, na luta pela sobrevivência... ele é caprichoso e insidioso, ele nos engana, nos deixa desesperados e sorri - porque esse é seu papel; estimular o novo, mostrar que nosso desespero é inútil e só nos escraviza...

Como a Deusa, Ele está na fome e no fim da fome, na vida e na doença terminal, na luz e na sombra, no que é bom para você e no que é mau... A Deusa nunca está só, ela tem sua contraparte masculina e, no entanto, Ele só existe por amor a Ela... alias, todos nós somos fruto dessa dança de amor. O Deus é o Ancião sábio, o distribuidor da Justiça, seja a que se impõe com sabedoria ou raios... Ele conhece os segredos dos oráculos, mas sabe que são Dela... ele é o repositório do conhecimento, mas a sabedoria é Dela... ele lê os sinais da natureza, mas sabe que quem os escreve é Ela.

E o velho sábio vai murchando e se transforma no Senhor da Morte... ele que é o Senhor de Dois Mundos, pois no ventre dela, de volta, ele vive sua morte e a própria ressurreição. Mistério e segredo, morte e retorno, Ele é o que atravessa os portais dos quais Ela é a Senhora. Ele, o Caçador, que também faz o papel de Ceifador... Ele que ronda o leito dos moribundos e dança a dança da morte. O Senhor dos esqueletos.

Ele que na dança da morte retoma o brilho do sol e sua face negra se ilumina, em uma explosão impossível de conter, e Lugh nasce outra vez...

Ele que é Pai, Filho, Bebê Iluminado, Amante Selvagem, Sábio Educador... ele, o Deus que se revela apenas pela Deusa.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Diretrizes para pesquisa das tradições wiccans


fundamental nessa hora é estudar a biografia dos fundadores das tradições. Entendendo a vida da pessoa, você percebe as influências que levaram até aquele ponto.
Sugiro a seguinte diretriz de estudos:

Wicca tradicional, gardneriana
Todo o caminho de Gardner, os encontros com Crowley, sua passagem por Bornéu, a malária, Old Dorothy, Doreen Valiente, porque ela cortou relações com Gardner, o livro das sombras

Wicca alexandrina
Patrícia Crowther X Alex Sanders, a polêmica da sua iniciação, a herança cerimonial e cabalística, os Farrar

Wicca nos anos 1970
Influência dos novos pensamentos de velhos gardnerianos, como Doreen e Marian Green, a novidade da prática solitária (hedgewitch)

Wicca diânica
Mitos da deusa, arqueologia, movimentos feministas, Zsuzsanna Budapest

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

DIA DAS BRUXAS - HALLOWEEN - história, símbolos, significados, origem





Introdução
O Halloween é uma festa comemorativa celebrada todo ano no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos. Ela é realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos. Neste país, levada pelos imigrantes irlandeses, ela chegou em meados do século XIX.
História do Dia das Bruxas

A história desta data comemorativa tem mais de 2500 anos. Surgiu entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros.
Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.
Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).


Símbolos e Tradições


Esta festa, por estar relacionada em sua origem à morte, resgata elementos e figuras assustadoras. São símbolos comuns desta festa: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein.
As crianças também participam desta festa. Com a ajuda dos pais, usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura”. Felizes, terminam a noite do 31 de outubro, com sacos cheios de guloseimas, balas, chocolates e doces.


Halloween no Brasil


No Brasil a comemoração desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois valorização e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.
Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado.
Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci (comemorado também em 31 de outubro).

DIA DAS BRUXAS - HALLOWEEN - história, símbolos, significados, origem



Introdução
O Halloween é uma festa comemorativa celebrada todo ano no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos. Ela é realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos. Neste país, levada pelos imigrantes irlandeses, ela chegou em meados do século XIX.
História do Dia das Bruxas

A história desta data comemorativa tem mais de 2500 anos. Surgiu entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros.
Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.
Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).

Símbolos e Tradições

Esta festa, por estar relacionada em sua origem à morte, resgata elementos e figuras assustadoras. São símbolos comuns desta festa: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein.
As crianças também participam desta festa. Com a ajuda dos pais, usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura”. Felizes, terminam a noite do 31 de outubro, com sacos cheios de guloseimas, balas, chocolates e doces.

Halloween no Brasil

No Brasil a comemoração desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois valorização e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.
Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado.
Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci (comemorado também em 31 de outubro).

DIA DAS BRUXAS - HALLOWEEN - história, símbolos, significados, origem



Introdução
O Halloween é uma festa comemorativa celebrada todo ano no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos. Ela é realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos. Neste país, levada pelos imigrantes irlandeses, ela chegou em meados do século XIX.
História do Dia das Bruxas

A história desta data comemorativa tem mais de 2500 anos. Surgiu entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros.
Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.
Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).

Símbolos e Tradições

Esta festa, por estar relacionada em sua origem à morte, resgata elementos e figuras assustadoras. São símbolos comuns desta festa: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein.
As crianças também participam desta festa. Com a ajuda dos pais, usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura”. Felizes, terminam a noite do 31 de outubro, com sacos cheios de guloseimas, balas, chocolates e doces.

Halloween no Brasil

No Brasil a comemoração desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois valorização e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.
Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado.
Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci (comemorado também em 31 de outubro).